O Supremo Tribunal Federal iniciou o interrogatório do deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ) nesta 2ª feira (9.jun.25).
Ramagem foi diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) no governo de Jair Bolsonaro.
Ele é réu na ação penal que apura uma tentativa de golpe para impedir a posse do presidente eleito em 2022.
O interrogatório é conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no STF.
Ramagem é o segundo acusado a prestar depoimento dentro da fase final da ação penal.
A acusação afirma que ele teria usado a estrutura da Abin para monitorar ilegalmente adversários políticos.
O parlamentar nega as acusações e disse que provará sua inocência durante o processo. "Não há veracidade na imputação de crimes", afirmou logo no início da oitiva.
"Estamos aqui para demonstrar inocência", completou diante do ministro Moraes.
MAURO CID DEU DEPOIMENTO ANTES
Mais cedo, foi ouvido o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
Cid confirmou que Bolsonaro conhecia o conteúdo da chamada minuta do golpe.
O documento previa medidas para contestar o resultado das eleições de 2022.
Cid é colaborador das investigações e também réu na ação penal.
PRÓXIMOS INTERROGATÓRIOS ESTÃO AGENDADOS
Os depoimentos seguem até 6ª feira (13.jun.25) no Supremo Tribunal Federal.
O ministro Alexandre de Moraes deve ouvir oito acusados ligados ao suposto plano golpista.
Todos fazem parte do chamado “núcleo crucial” da articulação para impedir a posse de Lula.
A ordem dos interrogatórios foi definida da seguinte forma:
- Mauro Cid (delator e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro) – concluído;
- Alexandre Ramagem (ex-diretor da Abin) – em andamento;
- Almir Garnier (ex-comandante da Marinha);
- Anderson Torres (ex-ministro da Justiça);
- Augusto Heleno (ex-ministro do GSI);
- Jair Bolsonaro (ex-presidente da República);
- Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa);
- Walter Braga Netto (general e ex-ministro).
As oitivas ocorrem de forma presencial na Primeira Turma do STF.
A exceção será Braga Netto, que participará por videoconferência por estar preso no Rio de Janeiro.
